Cap 95 Guia de Sobrevivência do Extra da Academia.
Cap 95 Guia de Sobrevivência do Extra da Academia.
Eleição do Presidente do Conselho Estudantil (8)
– Crepitando, crepitando.
Em uma cabana nas Montanhas Rameln, o som da lenha queimando era constante.
O cobertor de lã foi puxado para cima, logo abaixo do nariz.
Lucy, que sempre adormecia esparramada em algum lugar ao seu redor, raramente se enrolava na cama.
No entanto, enrolada em um cobertor como esse, de forma incomum, ela estava resfriada.
Destinada a se tornar um prodígio extraordinário da magia, ela não passava de uma garota que havia acabado de entrar na puberdade.
O mesmo acontece com as meninas dessa faixa etária.
Embora fosse possível simplesmente ficar em um canto da cabana quando chovia, houve inúmeras vezes em que ela pegou um resfriado vagando sem rumo pelas montanhas.
Embora suas habilidades mágicas tenham crescido em um ritmo inacreditável, ela ainda estava em um período de transição e não conseguia se proteger totalmente do ambiente ao redor.
Um velho estava atiçando a fogueira crepitante com um atiçador.
Apenas suas costas estavam visíveis na linha de visão.
Mas pelas costas curvadas e ombros curvados, estava claro que ele era um velho pequeno no crepúsculo de sua vida.
Ele definitivamente teve dias gloriosos no passado, obviamente muito antes de Lucy nascer.
Ele vagou pelo continente pesquisando todos os tipos de magia de alto nível, recebeu muitos discípulos, começou uma família com sua amada, fez seu nome no mundo acadêmico, tornou-se o principal contribuidor na subjugação de feras mágicas de alto nível e até recebeu elogios da casa real diversas vezes.
Era uma vida inteira correndo a toda velocidade em uma estrada aberta.
Ele conquistou mais conquistas do que a maioria, simplesmente porque nunca olhou para trás enquanto corria para frente.
No entanto, os dias do grande arquimago estavam chegando ao fim em uma cabana situada nos arredores de uma cadeia de montanhas que recebia poucos visitantes.
O que aconteceu, o que ele passou…
Agora, sozinho na cabana, atiçando o fogo, sem nem mesmo seus numerosos discípulos ou sua amada família ao seu lado...
O único vínculo que lhe restava... era uma garota que dificilmente se qualificaria para ser chamada de sua discípula.
– “Ficar encharcado na chuva e rolar lá fora, é natural ficar doente.”
– “Você, Lucy, sem dúvida se tornará uma maga tão forte que os outros não conseguirão segui-la.”
– “A sensação de estar doente certamente se tornará uma lembrança distante do passado remoto.”
– “Situações em que você fica acamado, resfriado ou sofre uma lesão direta, se tornarão cada vez mais raras.”
Não se sabe o quão profundamente ingênua Lucy entendeu essas palavras.
Ainda assim, Gluckt encontrou significado no próprio ato de falar.
– “Devido às suas habilidades inatas, a vida pode parecer desinteressante, ou tudo pode parecer sem sentido,”
– “Você conhecerá muitas pessoas inadequadas… aquelas que dedicam toda a sua vida a coisas que parecem fáceis ou triviais demais para você.”
– “Então, valorize esses sentimentos que você tem agora.”
A sensação de estar doente certamente se transformará em uma vaga lembrança de um passado distante.
Lucy talvez não compreendesse o significado disso ainda... mas pelo menos ela conseguia entender que Gluckt queria transmitir algo.
Afinal, essas memórias já estavam sedimentadas no passado remoto.
– Ssshhh
A chuva da primavera bate na pele.
Ao atravessar o jardim de rosas da mansão Ophelius, encontram-se criadas e estudantes petrificados, presos em uma prisão do tempo, em fileiras como estátuas.
Lucy, cambaleando por entre eles, agarra firmemente o chapéu e olha para o céu. A chuva persistente a pesa pesadamente.
Mesmo que poucos soubessem, Lucy, apesar de sua preguiça inerente, respeitava aqueles que se entusiasmavam com a vida. Ela simplesmente não demonstrava nem dava uma mãozinha, mas jamais os menosprezava como insignificantes ou menosprezava criminosos.
Nem é preciso dizer que essa foi influência de Gluckt.
Com os olhos semicerrados e atordoados, vagando pelas Montanhas Rameln, a paixão do velho pela vida tinha que ser observada de perto e vivida.
O homem, que havia abandonado todas as conquistas de sua vida e se tornado um velho magro e esfarrapado, sozinho nas montanhas, ainda se esforçava para viver cada dia com valor.
A percepção de que ela nutria mais do que apenas afeição por Ed, mesmo quando encurralado, veio de um reconhecimento interno de quão tenazmente ele se agarrava à vida.
No mínimo, ele não era um homem digno de uma morte oca.
“…Velho mentiroso.”
Ele não disse que um dia, como um mago poderoso, a dor e as dificuldades se transformariam em memórias esquecidas do passado distante?
Mas o que surgiu bruscamente em seu peito foi a "dor" há muito esquecida.
A preciosidade que se torna maior após a perda é o que realmente tem valor.
Lucy sabia muito bem desse fato por experiência própria.
E ela não queria passar por isso novamente.
Os momentos que passamos fofocando ao redor da fogueira, comendo peixe grelhado, ou deitados molemente no colo de Ed, lendo um livro e olhando distraidamente para o céu, não foram nada especiais.
Mas ela sabia... que aqueles eram os momentos verdadeiramente valiosos.
Quão vulneráveis são os seres humanos.
Embora ela tenha nascido com a habilidade de manipular magia de alto nível com a destreza de seus membros, e seus talentos fizessem até gênios históricos balançarem a cabeça...
A ironia é que a morte de apenas uma pessoa pode doer tanto.
– Bum!
Nesse momento, enquanto Lucy caminhava resolutamente em direção ao portão principal da mansão Ophelius, uma enorme explosão ocorreu sob seus pés.
Uma fumaça enorme subiu e um calor intenso envolveu a área, mas Lucy eliminou todos os efeitos colaterais com apenas um aceno de mão.
“Aquilo foi um golpe de misericórdia, de certa forma.”
Bastava caminhar até o portão principal da mansão Ophelius para que as pessoas que Lucy reprimia se tornassem aparentes.
A empregada chefe do Ophelius Hall, Belle Mayar, a melhor aluna do 4º ano do Departamento de Magia, Patricia Bloomriver, a melhor aluna do 4º ano do Departamento de Alquimia, Dorothy Whitepeltz, a melhor aluna do 3º ano do Departamento de Combate, Drake Lagers, e até 14 empregadas veteranas.
Se ela lidasse com tamanha força sozinha, sem um arranhão, pelo menos dentro daquelas paredes, não havia ninguém que pudesse enfrentar Lucy.
A garota que agora enfrenta Lucy também deve entender que não tem chance de vitória.
A melhor aluna do 2º ano do Departamento de Alquimia, uma intrometida chamada Elvira.
Armada com todos os tipos de ferramentas de engenharia mágica, poções de alquimia, feitiços básicos... suas habilidades de combate eram significativamente inferiores quando comparadas às de outros alunos de ponta.
“Eu presumi que você seria mais racional, Lucy.”
“…”
Os olhos gelados de Lucy encaravam silenciosamente Elvira, que estava guardando a porta.
“Não, ou melhor, você ainda é racional até certo ponto, certo?”
A magosfera preenchendo o céu acima da mansão Ophelius, empregadas presas na prisão do tempo, o jardim de rosas repleto de fórmulas mágicas concedidas por Lucy.
Embora parecesse que um caos absurdo havia sido criado, havia um "limite" claro na birra de Lucy.
Destruições desnecessárias foram de certa forma suprimidas e, claro, não houve perda de vidas. Ela parece capaz de demolir a mansão Ophelius se realmente enlouquecer, mas isso era, afinal, o último recurso.
Os alunos do Salão Ophelius estavam ocupados tentando escapar. Criadas servis lideravam a corrida, correndo pela entrada dos fundos.
Elvira... se ela pudesse impedir o progresso de Lucy, mesmo que momentaneamente, isso seria suficiente.
"Afaste-se."
Mas talvez até isso fosse presunçoso.
Como se estivesse varrendo as folhas que bloqueavam a vista na floresta, seu movimento, apenas um simples movimento de braço, foi tudo o que precisou.
Com esse gesto, Elvira foi atingida por uma magnitude de poder mágico que ela não poderia ter conseguido suportar.
Não era nem magia. Era apenas uma força física criada pela materialização e liberação de mana.
No entanto, o corpo de Elvira foi jogado no canteiro de flores.
“Ah, não!”
Ela estava bem ciente da disparidade de força.
A verdadeira intenção de Elvira era o conjunto de ferramentas mágicas de engenharia que ela havia colocado perto da entrada principal.
Com o clique de um interruptor, o mana começou a subir de trás dos pilares na entrada, escondido em um espaço secreto.
Se a simples força não conseguisse derrotar Lucy, ela teria que confiar nas leis e nos princípios.
Nem mesmo Lucy, nascida com imenso poder, conseguiu escapar da providência do mundo.
A chuva deixa você molhado, o vento faz suas roupas esvoaçarem, o frio diminui a temperatura e a água fervente acaba evaporando.
As leis básicas que compõem o mundo, ninguém, exceto uma divindade, está livre delas. Mesmo que seja magia santificada que distorça essas leis, os princípios básicos do mana não podem ser ignorados.
Assim, Elvira decidiu 'evaporar' o mana por completo.
Quando as máquinas escondidas atrás dos pilares apareceram, as diversas ferramentas mágicas de engenharia que Elvira havia trazido do laboratório secreto, enchendo uma grande mochila, foram reveladas a Lucy.
Pareciam ser dezenas. Era impossível listar cada um pelo nome. A quantidade era imensa.
“Bufê!”
Elvira, que havia sido expulsa, limpou a boca e se levantou, reunindo o pouco de mana que tinha para manifestar uma nova magia.
Ela levantou a mão em direção a Lucy e a apertou com força, fazendo com que as várias ferramentas mágicas de engenharia que ela havia instalado começassem a funcionar descontroladamente ao mesmo tempo.
O Separador de Mana Crux, o Gerador de Ruído, o Estimulador de Reversão Elemental, a Mão de Garra, o Orbe de Onda, o Disco de Ilusão, o Purificador de Mana Catlan…
Todos os tipos de ferramentas de engenharia mágica que Elvira passou sua vida acadêmica pesquisando depois de entrar para a Academia Sylvania entraram em ação.
Cada ferramenta de engenharia mágica tinha um propósito diferente. Havia muitas que não se encaixavam naquela situação e não eram originalmente destinadas ao combate.
Entretanto, o objetivo de Elvira não era "utilizar" as ferramentas mágicas de engenharia como elas deveriam ser.
Embora cada uma delas fosse uma invenção preciosa, tão querida para ela quanto seus próprios filhos, Elvira foi em frente e fez o 'Crux Mana Separator' na frente correr solto sem hesitação.
Alquimia, um dos ramos da magia, é uma disciplina especializada na análise acadêmica das propriedades do próprio mana.
É a "compreensão do mana" que difere dos instintos dos magos que manejam o mana.
“Vamos ver… se você consegue passar por isso!”
Elvira tirou uma 'Poção de Cristal Escarlate' do peito e a jogou.
Lucy rapidamente agarrou com a mão para quebrar o frasco de poção no ar, mas o propósito sempre foi borrifar a poção.
Tendo cumprido seu objetivo, Elvira saiu rapidamente de trás do canteiro de flores.
– Baque, baque! Baque!
A Poção de Cristal Escarlate aumentava temporariamente a fluidez do próprio mana, agindo como um lubrificante.
Ativar as ferramentas de engenharia mágica naturalmente requer mana. No entanto, infundir mana em um objeto específico não é uma tarefa fácil.
Ferramentas simples de engenharia mágica não consomem muito mana, mas conforme a estrutura se torna mais complexa, elas demandam uma quantidade significativa de mana para operar.
O propósito original da Poção de Cristal Escarlate era tornar o fluxo de mana usado para alimentar essas ferramentas um pouco mais sensível.
Mesmo com a mesma quantidade de mana, o efeito da poção permitiria que ela fluísse mais suavemente para as ferramentas de engenharia mágica.
É apenas uma poção auxiliar, mas é muito útil para alquimistas.
De fato, a intenção de Elvira ao lançar a Poção do Cristal Escarlate era completamente diferente.
– Thum, tum, tum!
O 'Crux Mana Separator' ficou desonesto e começou a devorar o mana ao redor.
É um dispositivo que atua como um "circuito", absorvendo mana do ambiente e fornecendo-o eficientemente às ferramentas de engenharia mágica conectadas.
Mas quando ele sobrecarrega e fica descontrolado, ele se transforma em um monstro que devora indiscriminadamente todo o mana nas proximidades.
Se as ferramentas de engenharia mágica conectadas funcionassem normalmente, essa fúria cessaria. O problema era que todas as ferramentas de engenharia mágica que Elvira passou quase uma vida criando estavam conectadas ao separador de mana.
Ela não teve tempo de calcular corretamente a eficiência de mana; ela apenas forçou o circuito a se juntar aleatoriamente.
Mas isso foi o suficiente para ela. Uma "operação normal" não era o que Elvira pretendia.
Seu verdadeiro objetivo era a absorção do próprio mana.
O mana de Lucy, lubrificado pela Poção do Cristal Escarlate, começou a ser sugado para dentro das ferramentas de engenharia mágica a uma velocidade incontrolável.
Centrados em torno do separador de mana, todos os tipos de ferramentas de engenharia mágica começaram a funcionar descontroladamente.
Elas explodiram, criaram ilusões e fizeram barulhos altos, deixando o jardim de rosas caótico.
Luzes brilhantes brilhavam, fumaça saía, mana emanava... a visão lembrava uma gigantesca fábrica de mana.
As ferramentas de engenharia mágica, conectadas aleatoriamente, tinham eficiência de mana quase nula.
Nem mesmo um mago prodigioso conseguiria lidar sozinho com essa quantidade de mana.
Correto. Quando a força da magia não é suficiente, confiar nas leis é o caminho do alquimista.
Porém, infelizmente, seu oponente era alguém que transcendia até mesmo essas leis.
– Uau!
Em uma situação em que o mana estava sendo rapidamente esgotado, a escolha que Lucy fez não foi controlar o mana que estava sendo derramado, mas sim liberá-lo.
As ferramentas de engenharia mágica enlouquecidas, em vez de lidar com o fluxo de mana, começaram a explodir uma por uma.
– Bum, bum!
– Bang, bing-bang!
Com a garota, ainda segurando seu chapéu, como pano de fundo, o trabalho de ferramentas mágicas de engenharia de Elvira começou a virar fumaça.
Os equipamentos começaram a explodir em uníssono.
“Isso é… loucura…?”
Elvira esfregou as feridas e engoliu em seco.
Embora não exatamente, ela foi capaz de calcular aproximadamente a quantidade de poder mágico que teria sido absorvida quando todos aqueles dispositivos mágicos de engenharia explodiram.
No entanto, o número era astronômico. Simplesmente não estava em um nível que pudesse ser previsto academicamente.
No meio da explosão, Lucy se virou, seus olhos estavam perturbadoramente assustadores.
Ela parecia desprovida de qualquer emoção, mas era justamente por isso que Elvira percebia que uma tempestade de emoções estava girando dentro dela.
Parar aquela garota era impossível. Sim, era isso que eles queriam dizer com "o reino da impossibilidade".
Bater a cabeça em algo impossível era tolice.
Tomada pelo medo, ela involuntariamente deu passos para trás, mas Elvira cerrou os dentes e se endireitou novamente.
“Se chegar a esse ponto… Vou ter que arrombar a entrada…!”
Ela tentou invocar magia básica de fogo, mas com um gesto de Lucy, Elvira foi imobilizada no chão e subjugada.
Acabou em menos de um segundo.
“Argh, tosse!”
Elvira rolou no chão de mármore manchado de sangue. Mordendo a língua durante a queda, sua boca sentiu um gosto metálico.
Chegando até Lucy, Elvira olhou para cima e viu os olhos de Lucy olhando diretamente para ela.
Um medo primitivo tomou conta dela.
Não havia intenção de matar nos olhos de Lucy. Naturalmente, já que ela não tinha intenção de causar baixas. Se não houvesse necessidade de matar, ela não o faria.
No entanto, Elvira estava cheia de uma certa convicção de que, se fosse necessário, Lucy conseguiria.
Interferir com essa garota agora seria loucura.
Seu cérebro gritava essa verdade.
Entretanto... a mão de Elvira estendeu-se através da chuva torrencial, agarrando o tornozelo de Lucy.
“…”
Lucy não falou.
Foi Elvira quem quebrou o silêncio primeiro.
“Se você continuar assim… você vai se arrepender…”
Era só a boca dela que estava viva? Não era o caso.
“Eu entendo que é doloroso, mas os mortos não vão voltar por causa disso… Por favor, pense nos que partiram por uma vez…”
“…”
“Até o veterano Ed… não iria querer isso…”
Por um tempo, apenas a chuva caiu.
O som das chuvas da primavera atingindo o mundo também enchia o ar.
“Isso… eu decidirei depois de conhecer Tanya.”
Naquele momento, enquanto Lucy olhava para Elvira, ela começou a invocar a magia de empoderamento da classe tempo, 'Prisão do Tempo'.
- Colidir!
Um golpe de espada incrivelmente rápido ocorreu, mas não conseguiu cortar Lucy.
No entanto, isso poderia separar Elvira e Lucy.
A figura que disparou entre eles lançou outro golpe de espada em direção a Lucy, fazendo-a saltar rapidamente em direção ao jardim de rosas, aumentando a distância.
Elvira ficou completamente sobrecarregada, incapaz de controlar até mesmo seu próprio corpo.
Tudo o que ela tentou fazer foi agarrar Lucy desesperadamente.
O homem de pé diante de Elvira, com a espada apontada para ela, praguejou.
"Eu sou mesmo... louco. Um louco, um lunático...!"
O cabelo já longo e sombrio ficou mais escuro à medida que ficava encharcado pela chuva, e tremores eram visíveis em seus olhos com olheiras profundas.
Clevius Nortondale, chefe do departamento de combate do segundo ano, um garoto que não conseguiu controlar o sangue do demônio da espada dentro dele e acabou matando seu próprio irmão, expulso pela família para levar uma vida sombria.
“Esse… monstro… como… como eu vou… lidar com isso… P*rra… porra…!”
A vantagem era esmagadora.
Entre os alunos da Academia Sylvania, ninguém conseguiu derrotar Lucy Mayrill.
Uma provação que cem entre cem classificariam como impossível. Para qualquer um, fugir era a resposta correta.
Clevius teve muitas chances de escapar. Lucy nem sequer era hostil a ele. Afinal, a constituição física de Clevius não era forte o suficiente para que Lucy o considerasse um inimigo.
Clevius viveu a vida de um fugitivo.
Ele se acostumou com as calúnias da covardia, sempre fugindo do seu destino gravado em seu destino, dos desafios e da maldição do sangue.
Seria a mesma coisa desta vez. Era obviamente uma situação em que escapar era a resposta correta. Ninguém o culparia se fugisse.
Mesmo assim, Clevius desembainhou sua espada.
Nem todos os alunos do Ophelius Hall haviam sido evacuados. As empregadas também não haviam cumprido todas as suas obrigações.
De fato, é tolice desafiar o impossível.
Aquela frase que devia estar sendo constantemente ensaiada no coração de Clevius flutuou até seu coração novamente.
A vista do jardim de rosas, que o perdedor patético que vivia uma vida de fuga havia facilmente esquecido, permanecia teimosamente em seus olhos.
As muitas estátuas que enchiam o jardim de rosas eram as marcas dos perdedores. Sim, todos eles eram perdedores.
Tolos — tanto este homem quanto aquele — que atacaram o grande desastre conhecido como Lucy Mayrill, apesar de sentirem a derrota.
Eles eram todos tolos que se apressaram atrás das palavras românticas de dever de proteger os alunos, de justiça, e acabaram incompletos em suas próprias mortes.
O jovem alquimista deitado atrás não era diferente.
Não importava o quanto ela fosse a chefe do departamento de alquimia do segundo ano, ela sabia muito bem que era impossível lutar contra um monstro desses sozinha.
Mas seus pés não se moviam. Eram suas pernas, mas se recusavam a ouvir.
“Você... você não consegue passar... seu desgraçado...!!”
Não havia esperança de vitória desde o início. No entanto, se ele conseguisse ganhar tempo, talvez.
Clevius gritou e avançou contra Lucy com sua espada.
Seu corpo, voando como um falcão, foi em direção a Lucy – e com um gesto dela, ela o derrubou completamente.
Incapaz de resistir à bala mágica, o corpo de Clevius recebeu um grande impacto e rolou para os canteiros de flores.
Mais uma vez, o resultado foi decidido em menos de um segundo.
“Este… estúpido… Clevius…!!”
A caída Elvira cerrou os dentes e só conseguiu observar a fumaça subindo dos canteiros de flores.
Lucy soltou um pequeno suspiro e olhou calmamente para Elvira, então finalmente se moveu em direção à entrada principal do Ophelius Hall.
Ficar no caminho dela era loucura.
– Clang! Clang!
– Uau!
Zix Effelstein era capaz de manusear quase todos os tipos de armas. Ele poderia ter se alistado no departamento de combate sem ser estranho, dadas suas habilidades.
O que ele brandia agora era uma espada cerimonial que havia sido decorada na lareira. Ele combinou ações de sua própria interpretação com as habilidades cerimoniais com a espada que aprendera na casa de Islan.
Assustado pelo golpe de espada, Wade rapidamente assumiu uma postura defensiva.
Esperando golpes focados em estocadas, Wade encontrou uma liberdade inesperada nos movimentos de Zix.
'Não… isto é…!'
Foi difícil encontrar uma lacuna na habilidade de Zix que não fosse limitada por armas.
A vida de um animal vagando pelas pradarias do norte e a vida de um nobre aprendiz decoroso na mansão Islan se fundiram para formar sua esgrima. Era altamente prática, mas não completamente isolada da teoria.
Para Wade, que havia dominado a esgrima do nobre ao limite, tornou-se um desafio difícil demais. O nível era simplesmente insuperável.
Embora o próprio Wade fosse uma figura forte o suficiente, se ele fosse se opor a Zix através da esgrima, ele precisaria derrubar completamente a ideologia de suas artes marciais.
'Mas… não é completamente sem lacunas…!'
Enquanto Wade tentava explorar uma brecha que apareceu momentaneamente no flanco de Zix, seu golpe de espada foi repelido com um som sibilante e metálico.
Wade não conseguiu entender a situação por um segundo. Zix deveria estar em uma posição que não permitisse desviar de uma espada.
No entanto, a compreensão surgiu.
Não foi a espada de Zix que repeliu o golpe de Wade – foi magia. Uma lâmina de ar invocada por Zix desviou o ataque.
A brecha em seu flanco havia sido exposta de propósito. Quando percebeu, já havia sido atingido no pescoço pelo cabo da espada.
“Gu, hurk!”
Com isso, Zix chutou o abdômen de Wade. Wade, jogado rolando para o canto da sala, tossiu violentamente algumas vezes antes de mal conseguir se levantar.
"Você terminou?"
“Claro que não, sênior Zix.”
Wade alisou os cantos da boca, levantou-se e encarou Zix novamente. E então reconheceu a lacuna entre as habilidades deles.
Um fato tão tangível que era estranho que ele tivesse esquecido.
Zix… era um mágico. A esgrima era apenas secundária.
Ao perceber isso, Wade percebeu a diferença categórica entre ele e Zix. Mesmo assim, sorriu.
"Você acha que vou desistir tão fácil? Sênior Zix."
“…”
"Heh... hehehe... heh... Eu me divirto lutando contra os fortes. Ter a chance de lutar contra um humano poderoso do departamento de magia como o Sênior Zix, como eu poderia desistir tão facilmente?"
Wade riu baixinho enquanto se levantava e pegava sua espada novamente.
“Por favor… torne isso um pouco mais agradável para mim.”
Zix cruzou os braços e observou Wade em silêncio. Então fechou os olhos antes de falar lentamente.
"Que mesquinho, Wade. Você não curte a partida; você curte a vitória. Imagino que você não teria esse tipo de espírito competitivo se não visse alguma possibilidade de vencer aqueles caras."
"O que você está dizendo?"
"Originalmente... você é um peixe pequeno. Responda-me. Se você realmente quisesse lutar contra um oponente realmente forte, por que me desafiar especificamente entre todos os alunos do segundo ano do departamento de magia?"
A espada de Zix mais uma vez apontou para Wade.
“A chefe do segundo ano do departamento de mágica não sou eu; é Lucy Mayrill.”
Essa declaração acertou em cheio.
Zix sempre viu os pensamentos de Wade.
É mais fácil categorizar como impossível e descartar. Afinal, parece mesmo que não há chance de vitória. Você não tem como vencer, né?
“Isso é… natural…”
“Sim. Essa é a sua capacidade.”
A espada de Zix investiu mais uma vez contra a de Wade.
“Kr, ugh…!”
Wade foi dominado apenas pela defesa. Trocando espadas, Zix olhou-o diretamente nos olhos e disse:
"Segure firme sua espada. Seu covarde."
Era a primeira vez que Wade via Zix, normalmente tão sério, xingar. Será que isso também fazia parte da estratégia para irritá-lo?
Apesar do aviso de Zix, a espada na mão de Wade caiu. Ele chutou a superfície da espada em cheio durante um momento de distração.
– Clang, clang!
A espada de Wade caiu no ar algumas vezes antes de rolar no chão.
A espada de Zix agora estava apontada diretamente para a garganta de Wade.
"Isso é…"
"Procurando desculpas? Ou encontrando motivos para aceitar a derrota inevitável?"
As pupilas de Wade piscaram várias vezes.
Não havia nada que ele pudesse fazer a não ser indicar rendição. Continuar resistindo em uma situação tão desfavorável seria loucura.
Não que não houvesse como resistir.
Fingir ser louco agarrando a lâmina afiada da espada e se jogando para frente, preparando-se para ser esfaqueado em algum lugar enquanto pega a espada, de qualquer forma, contanto que ele esteja pronto para um ferimento fatal... Havia um número infinito de métodos.
Mas Wade sabia muito bem, por muita experiência, que continuar lutando só aumentaria seus ferimentos.
Incapaz de superar esse medo, Wade levantou lentamente as duas mãos.
“Certo… esse é o seu limite.”
– Bum!
– Estrondo!
Isso foi seguido pelo som de desabamento vindo da entrada do Ophelius Hall.
*
Foi como se uma enorme bala de canhão tivesse atingido, não um golpe de espada.
Era difícil acreditar que esse resultado veio de um único golpe.
As colunas que sustentavam a entrada do Salão Ophelius estavam completamente desmoronadas.
– Estrondo, baque!
A fumaça subia em meio à chuva torrencial.
O menino, que de alguma forma havia saído dos canteiros de flores, estava sangrando muito no topo da cabeça.
Ele ficou novamente no caminho de Lucy, uma atmosfera quase desumana com a pura horripilância de sua aura.
Com os cabelos grudados pela chuva, escondendo suas expressões e olhar,
ele estava visivelmente ferido em uma perna... ajoelhado de lado em uma postura curvada, segurando a espada na bainha.
Mesmo sabendo que não poderia vencer.
Ele pelo menos ganharia tempo.
Não havia garantia de que ganhar tempo resolveria alguma coisa.
Esperando que algum super-herói em um cavalo branco aparecesse e consertasse as coisas, ele descobriu que tais esperanças eram tão vazias quanto pareciam.
A chuva incessante. A entrada do Salão de Ophelius, agora em ruínas.
O Demônio da Espada, encharcado de sangue e segurando o punho da espada, sentou-se em silêncio, com a cabeça baixa.
Sem a habitual enxurrada de palavrões e o som de dentes batendo de medo, o silêncio naquele dia era assustadoramente silencioso.
No silêncio, o Demônio da Espada sentado ali parecia como se o próprio tempo tivesse parado ao seu redor...
E a caída Elvira momentaneamente esqueceu até de respirar.
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