Cap 97 - Guia de Sobrevivência do Extra da Academia.
Cap 97 - Guia de Sobrevivência do Extra da Academia.
Eleição do Presidente do Conselho Estudantil (10)
O silêncio tomou conta do Salão Ophelius.
Lortell Keheln permaneceu em silêncio, bloqueando a saída para o corredor central.
Ao vê-lo, Ziggs… agarrou Tanya, que corria ao seu lado, pelo ombro.
"Uh, o quê?!"
Ziggs puxou Tanya para si e a escondeu atrás de suas costas.
“Ah!”
Guiada pelo forte aperto de Ziggs, Tanya tropeçou antes de recuperar o controle de seu corpo.
“Por que tão repentino…”
"Fique parado."
A intuição de Ziggs era quase sempre certeira. Seus instintos, aguçados e aprimorados na natureza, o salvaram de crises inúmeras vezes.
Desta vez não foi diferente, pois os instintos de Ziggs gritaram um alerta.
Quer estivesse apenas descansando ou não, ela vestia um vestido de renda com um casaco leve de lã. Seus abundantes cabelos castanho-avermelhados, ondulando como o mar, estavam completamente soltos.
“Lortell.”
Ziggs sabia, até certo ponto, do círculo social de Ed.
A maioria dos que reconheceram o verdadeiro valor de Ed se tornaram especiais para ele e, apesar de ser um círculo pequeno, os conhecidos de Ed eram um grupo formidável.
Sabendo que Lortell também tinha um relacionamento particularmente próximo com Ed, Ziggs ajustou sua postura cautelosamente.
Ele segurava o cabo da espada, mas queria evitar o combate com Lortell, se possível.
A proficiência mágica e os reflexos de Lortell eram tão notáveis que até mesmo o rigoroso Professor Glast colocou seu nome na Classe A.
No entanto, quando se tratava de instintos e senso de combate, ela ainda não estava em um nível que permitisse acompanhar Ziggs. Se lutassem, Ziggs provavelmente venceria.
Pode ser uma desvantagem para Ziggs em um tiroteio direto, mas em um cenário de combate um contra um, explorando habilidades e ambiente ao limite, poucos poderiam vencê-lo.
No entanto, o verdadeiro medo de Lortell não vinha de suas habilidades de combate.
Quando Lortell Keheln se interessava por alguém, ela invariavelmente o levava à ruína. Nem mesmo seu pai adotivo conseguia escapar de suas garras.
Nunca se deve deixar enganar por sua aparência terna e fala digna, confundindo-a com uma aristocrata gentil e benevolente.
Ziggs Effelstein sabia muito bem: ela era uma rosa com espinhos, envenenada o suficiente para matar um elefante em instantes.
Se alguém fosse listar aqueles que nunca devem ser considerados inimigos na Academia Sylvania... ela facilmente estaria entre os três primeiros.
A figura esperando silenciosamente na porta não parecia amigável em nenhum aspecto.
─É certo que ela ouviu falar da morte de Ed.
Dada a comoção que Lucy estava causando lá fora, seria mais estranho se ela não tivesse ouvido.
Portanto, Ziggs não teve escolha a não ser proteger Tanya.
“Deveríamos evacuar, Lortell.”
Enquanto Ziggs sugeria isso, Lortell, escondida nas sombras, levantou lentamente a cabeça. O efeito da morte de Ed em suas emoções, os pensamentos que ela nutria em relação a Tanya — era impossível avaliar.
Tudo o que Ziggs pôde fazer foi esperar silenciosamente pela resposta.
Inesperadamente, Lortell levantou a cabeça com um sorriso elegante.
“Então, Ziggs… se você está falando assim, o que você estava fazendo aqui em vez de fugir?”
Tom praticado como sempre.
O traje pode ser mais casual e informal, mas seu comportamento composto não mudou, o que fez Ziggs se sentir incongruente.
Mantendo a tensão, Ziggs observou cuidadosamente Lortell, que prosseguia calmamente.
"É perigoso, precisamos evacuar. Você não acha, Ziggs? E você também, Tanya."
Até Tanya pareceu sentir a anormalidade, mas não parecendo hostil, era difícil responder.
“Lortell.”
Ziggs não soltou o cabo da espada.
E ele perguntou direto ao ponto.
“Você já ouviu falar do Senior Ed?”
A testa de Lortell se contraiu sutilmente.
Uma reação que a maioria não percebeu, mas o perspicaz Ziggs percebeu a turbulência emocional.
"O que você acha?"
“Certo, você não vai simplesmente nos deixar ir.”
"O que você está dizendo, Ziggs? Não tenho motivo para impedi-lo."
Os olhos de Lortell se estreitaram e ela sorriu placidamente. Mas Tanya e Ziggs não conseguiam dar um único passo.
“Num simples combate um contra um, eu não conseguiria vencer você, Ziggs.”
Uma longa lista de habilidades de Lortell Keheln deixaria qualquer um boquiaberto.
Mas, acima de tudo, sua compostura inabalável em qualquer situação pode ser considerada seu epítome de força.
Não importa se Tarkan estava destruindo o prédio do conselho estudantil ou se uma situação desesperadora fez a torre mágica do Professor Glast subir, ela nunca entrou em pânico, nunca perdeu a racionalidade.
Ela é um monstro da razão, semelhante a uma máquina, sempre encontrando e agindo da melhor maneira possível. Até mesmo Lucy, sempre tão distante, foi tomada pela raiva em tal situação, enquanto Lortell se conteve e manteve sua fria racionalidade.
No entanto, razão e lógica nem sempre andam de mãos dadas.
Embora vivesse uma vida de comerciante, ponderando tudo contra o ouro, até ela ocasionalmente se desviava da balança da razão. Isto é, quando Ed estava envolvido.
Lortell não ficaria no caminho de Ziggs, porque em combate, Ziggs era superior.
Então, era difícil não se perguntar.
“Se não fosse eu… se fosse só a Tanya, qual seria o seu plano?”
Por mais calma e organizada que parecesse, não havia certeza de que seu interior refletisse seu exterior. A garota nunca revelava honestamente seus pensamentos mais íntimos.
Portanto, nenhuma quantidade de desordem contaminando seu interior seria discernida de seu exterior.
Mas, ocasionalmente, um traço fugaz de seus verdadeiros sentimentos vem à tona.
“Eu a teria matado.”
Um arrepio percorreu a espinha de Tanya.
Sua expressão ainda era calma e ordeira. Seu tom de voz não havia mudado. No entanto, uma ameaça cortante perpassou a atmosfera.
"Você tem sorte, Tanya. Você deveria ser grata por Ziggs estar com você."
A expressão de Tanya refletia-se vividamente nos olhos âmbar de Lortell enquanto ela guardava o corredor – possivelmente...
"Isso é imprudente, Lortell."
"Verdade, Ziggs. Parece que você está do lado da Tanya."
Ziggs não pôde argumentar.
Todas as evidências sugeriam que Tanya era a culpada pelo assassinato de Ed.
A conspiração se alinha com o comportamento consistentemente hostil de Tanya em relação a Ed. Somado aos agressores, que pareciam ser agentes da casa dos Rothtaylor – conhecidos por servirem diretamente a Tanya –, fica claro. Raramente os servos agem sem as ordens de seu mestre.
A decisão de Ziggs de confiar na inocência de Tanya mais uma vez foi movida pela emoção em detrimento da razão. Com base em suas experiências, ele supôs que Ed não gostaria que Tanya enfrentasse um destino terrível.
Lortell sempre preferiu ações racionais, e é por isso que ela entrou em conflito terrível com Ziggs, movido pela emoção.
"Então, em vez de matá-la imediatamente, você teria recorrido à tortura para extrair uma confissão. A história poderia ser diferente."
Ziggs engoliu em seco ao ver o rosto sempre sorridente de Lortell. Ela claramente não estava em um estado normal. Por mais calma que parecesse por fora, algo retorcido espreitava por dentro.
"Suas unhas parecem bem cuidadas, Tanya. Que sorte, mesmo."
Tanya estremeceu, escondendo as mãos às pressas. A sutil ameaça nas palavras de Lortell carregava uma implicação arrepiante.
Só de pensar que suas unhas ainda estavam intactas foi o suficiente para lhe causar arrepios na espinha.
"Não, eu não…! Não é verdade…!!"
"Pare, Tanya. Ela não é alguém que se deixa levar por apelos emocionais."
Enquanto Tanya tentava protestar, Ziggs a interrompeu calmamente. A expressão de Lortell permaneceu inalterada.
Ela silenciosamente permitiu a passagem deles.
"Prossiga."
Lortell nunca se envolve em uma luta que não possa vencer. Ela só escolhe batalhas nas quais tem certeza de que vencerá.
É a dignidade de alguém que enfrentou as tempestades dos negócios desde cedo.
Este não era o campo de batalha de Lortell Keheln. Ao contrário de um domínio onde espadas se chocavam e magia voava, ela operava nas sombras, tomando o controle do próprio campo de batalha.
Se fosse transformado em inimigo, um destino terrível seria certo.
Ao tornar Ed um inimigo, era evidente que Lortell também se tornaria uma inimiga. Embora Tanya não ignorasse isso, a realidade que a inundava de ondas de medo era avassaladora.
Ziggs manteve um olhar cauteloso sobre Lortell.
Ela realmente não se moveu um centímetro. Será que não estava mesmo planejando impedi-los? Ou tudo aquilo ainda era encenação, parte do seu plano?
Era indistinguível.
Alguém pode inventar uma maneira de superar um oponente com força bruta, procurar um meio-termo alternativo ou confiar apenas na determinação para vencer.
Mas com alguém tão astuta quanto Lortell, qualquer ação tomada era envolta em dúvidas, como cambalear na fumaça, o que a tornava uma adversária que realmente causava dores de cabeça.
À medida que o impasse se prolongava sem uma resposta clara.
“Então, Lortell…”
– Barulhos de colisão!
"Ah, uau…! Ah!"
[ Cuidado! Você está machucado?! ]
"Uh, estou bem...! Mas a janela... ah, não... Está toda quebrada... Isso deve ser caro, eu não tenho esse dinheiro... O que eu vou fazer... uh..."
[Você acha que alguém vai sair por aí procurando o culpado e pedindo indenização porque uma janela quebrou agora?]
Uma garota que havia quebrado uma janela do corredor e entrado chamou a atenção de todos. O som da chuva que se ouvia lá fora agora ecoava diretamente no corredor.
Seus cabelos rosa e trançados estavam completamente encharcados, assim como suas roupas. A blusa branca e a saia azul grudavam em seu corpo, encharcadas pela chuva.
Enquanto ela torcia a saia molhada e balançava a cabeça como um cachorrinho, ela avistou Tanya e se animou.
"Ah, eu te encontrei! Tânia!"
Mas enquanto ela gritava, de repente ela percebeu a atmosfera do corredor.
“…”
Tanya estava tremendo, Ziggs estava suando, com a mão sobre a espada, enquanto Lortell observava friamente com olhos gelados.
“Hum… Será que eu interpretei mal a situação…?”
Yenika parou de espremer a água da gola.
Merilda, que estava espiando pela janela, suspirou.
[Não, parece que você chegou na hora certa.]
*
Não era algo que ele nunca tinha feito antes.
Mais uma vez, ele fora derrotado. Já acostumado à derrota, era um gosto familiar demais.
“Ugh, kuhuk… erk…”
Por mais que tentasse se levantar do chão, seu corpo perdia as forças antes mesmo de chegar à metade. Ele só conseguia levantar a cabeça e, ao olhar para cima, viu um homem vestido com um manto, olhando para ele — Clevius.
Assim que entrou no jardim de rosas, ele olhou ao redor, como se fosse problemático se alguém o visse.
Infelizmente, no jardim de rosas quase todo evacuado, não havia ninguém para vê-lo.
Estudantes ou empregadas presas na prisão do tempo eram irrelevantes e, no máximo, havia apenas alguns, como Clevius ou Elvira, que jaziam desmaiados nas proximidades.
A chuva torrencial e a névoa resultante dificultavam o reconhecimento de rostos, mesmo quando havia sinais de vida.
A Tenente Espírito da Água "Leoa Lacya" desapareceu em um instante, sua forma parecendo instável à primeira vista. Parecia ter sido invocada com os últimos resquícios de uma força que havia atingido seus limites.
Como resultado, restaram apenas Lucy, Elvira, Clevius e o homem de túnica.
Olhando de perto, ele foi capaz de reconhecer aquele jovem loiro de feições nobres, um rosto familiar.
“O que… X-“
Clevius soltou uma risada vazia, mal conseguindo se manter de pé com os braços trêmulos.
“Você ainda estava vivo, seu desgraçado.”
“…”
“Ah, kuhuk…”
Clevius, que cuspiu um bocado de sangue, olhou com força para Ed.
“Sério... seu pedaço de... X^... Se eu soubesse que chegaria a esse ponto... Eu... ugh... kuhuk...”
"Você resistiu, Clevius."
“É… por que… você está sendo um babaca…??”
Em meio à chuva torrencial, o garoto devastado, prestes a se afogar em ressentimento e frustração reprimidos, não conseguiu evitar desabafar.
"Sendo um babaca…! X^…!!"
Ninguém disse uma palavra. O desabafo de Clevius era apenas sua própria insegurança. Mesmo assim, Ed ouviu em silêncio.
Mas havia um toque de surpresa no olhar de Ed.
Clevius resistiu à "Lucy Preguiçosa" por quase dez minutos. Quantos nesta academia conseguiriam tal feito? Até Ed, versado nas habilidades de combate de Clevius, mal conseguia acreditar.
“Sim… Eu fui realmente… espancado como um cachorro… Eu sei disso… Eu sou feio, estúpido e patético, eu sei disso… melhor do que qualquer outra pessoa… X^…!!”
Clevius cerrou os punhos e os dentes, tremendo.
"Eu também sabia. Eu sabia o tempo todo que atacar era inútil. Que não importava o quanto eu fizesse cena, arriscando a minha vida, eu nunca estaria à altura... É... é por isso que eu queria correr, mas com minhas pernas paradas, o que você espera que eu faça..."
Aos olhos do covarde, o jardim de rosas estava cheio de tolos.
Como tais mortais poderiam deter um monstro? Os únicos que tentaram foram idiotas e lunáticos...
Criadas presas na prisão do tempo, seus sucessores, os líderes de classe que tentaram manter a linha... e até mesmo a garota alquimista que sempre reclamava com Clevius.
Esses tolos eram as figuras habituais que Clevius estava cansado de ver durante toda a sua vida.
Deixando-os para trás e fugindo para a segurança, ele viveu declarando o impossível como tal, sem se expor tolamente ao perigo.
Todos queriam que Clevius se comportasse dessa maneira. Ele havia aprendido que era a abordagem mais sensata e acreditava nisso também. Quantos mais precisariam perecer desafiando o sangue de um espadachim demoníaco era algo que nem ele conseguia prever.
A gente se acostuma com a derrota; a dor e o golpe no orgulho desaparecem até que você consegue concordar com qualquer um que o insulte como um covarde, um fugitivo.
Ou pelo menos era isso que deveria ter acontecido.
“Por quanto tempo mais… terei que continuar fugindo como um pedaço de X^…”
A imagem de um herói, avançando contra um exército enorme com uma espada desembainhada. O retrato do fundador da família Nortondale, Bellbrook Nortondale, visto em um livro ilustrado.
Todos temiam e desistiram da maldição de sangue carregada pelo espadachim demônio nas veias de Clevius, exceto seu irmão, que afirmou seus laços com a família Nortondale até o fim.
Os melhores alunos que tremiam de terror só de pensar em enfrentar o Alto Espírito de Fogo Tarkan, e Ed Rothtaylor que criou uma estratégia contra todas as probabilidades.
O Santo da Espada Taely não perdeu as esperanças e avançou em direção ao Professor Glast entre as torres crescentes de mana.
As empregadas, os líderes de turma e até mesmo Elvira que tentava cumprir seus deveres diante da invasora Lucy.
Aqueles imbecis, com o sentimento de derrota corroendo profundamente seus corações...
Como uma luz envolta em escuridão, forçando alguém a encarar seu eu patético e manchado.
Ancorando os pés no chão, desembainhando espadas que haviam perdido o fio.
Mergulhar de cabeça em provas consideradas impossíveis por todos, como tolos.
“Sério… eu sou… um pedaço de lixo, estúpido e patético de X^… eu sei… eu sei disso…”
Clevius havia perdido muito sangue. Era hora de fazer uma pausa.
Incapaz de continuar, ele perdeu a consciência e desmaiou.
…
A solidão é uma doença que leva à morte, uma maldição que corrói lentamente o coração, afetando a todos igualmente.
As pessoas se apoiam umas nas outras por causa disso. Mesmo para uma garota que passa a vida olhando para os assuntos mundanos com indiferença, essa doença mortal é inevitável.
Infelizmente, ela não conseguia entender o terror da solidão, pois Gluckt a acompanhava desde a juventude. A presença dele, com suas mãos enrugadas acariciando delicadamente seus cabelos, sempre presente, mas também aparentemente ausente, protegia a menina do terror da solidão.
No entanto, essa autoconsciência é difícil de ser alcançada.
É natural só perceber a dor quando algo é perdido.
A figura do garoto de túnica que surgiu à vista fez os joelhos de Lucy quase dobrarem.
Esfregando os olhos, caso fosse uma alucinação, o menino permaneceu à vista.
Ela não reagiu de forma dramática. Não era do tipo que gritava e se lançava num abraço.
"Desculpe por isso, Lucy. Não pude te avisar com antecedência. Havia motivos para eu fingir estar morta."
Mas quando aquela voz que ela pensou que nunca mais ouviria chegou aos seus ouvidos, a realidade se impôs.
“A situação era crítica, de vida ou morte, e não havia oportunidade de se preparar ou enviar uma palavra.”
Quando Ed se aproximou de Lucy, caminhando na chuva, ele pareceu incerto até que a encarou e transmitiu a mensagem com firmeza.
"Estou vivo. Aqui, assim."
Lucy olhou para Ed sem expressão.
Sua estrutura robusta, seu cabelo dourado e molhado, até mesmo o cheiro de grama que grudava em seu corpo, tudo confirmava que era de fato Ed Rothtaylor.
Sua expressão não mudou, mas as grandes lágrimas que escorriam pelo seu rosto claramente não eram chuva.
Então, sem dizer uma palavra, ela saltou e agarrou o peito de Ed, enterrando o rosto no tecido molhado de suas roupas.
"Achei que você tivesse morrido", ela murmurou em meio à umidade, com um tom de voz incomumente suave para Lucy.
Em meio à chuva suave, Ed passou os braços em volta dos ombros dela, segurando-a enquanto ela chorava por um longo tempo sob o céu chuvoso.
A chuva da primavera lava o que era, preparando o mundo para revelar algo novo.
Assim como as marés das emoções, desabafe abertamente, recupere a compostura, e até mesmo os relacionamentos mais estáveis podem assumir uma nova fase, começando com um leve desconforto.
Lucy, abraçada por Ed, abrindo seu coração, finalmente compreendeu aqueles delicados sentimentos escondidos em sua solidão.
Mesmo que ela sobrepusesse o rosto de Gluckt ao de Ed, os sentimentos que ela tinha por cada um eram fundamentalmente diferentes.
O toque quente das mãos enrugadas e carinhosas de Gluckt em sua cabeça e o aperto firme de Ed enquanto ele a confortava em seu colapso choroso — eram semelhantes, mas também estranhamente distintos.
Quando a chuva parou lentamente e o luar apareceu através das nuvens, Lucy, que estava aconchegada no abraço de Ed, recuperou o fôlego.
Perceber essa diferença não é tarefa fácil quando você está ciente dela.
De repente, Ed cambaleou e recuperou o equilíbrio, surpreso.
Lucy, que estava chorando em seus braços, parou abruptamente de chorar, empurrou-se contra o peito dele e levantou a cabeça.
Olhando para Ed com descrença, ambos ficaram igualmente surpresos.
Seus olhos ainda brilhavam com lágrimas, mas suas emoções eram claras e honestas.
Como um gato assustado por um predador inesperado, o calor subiu ao rosto de Lucy.
“Lucy?” Ed chamou seu nome simplesmente, mas seu coração estava em chamas.
Incapaz de formar palavras em meio à respiração trêmula, Lucy cambaleou para trás.
Aquela que se elevava como o Monte Tai, fazendo até os melhores feiticeiros da academia tremerem em sua presença, agora tremia diante do rosto desconhecido de Ed. Suas feições transbordavam apenas de choque.
Ed — para Lucy, representou uma mudança inimaginável no cenário do seu mundo.
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