Capitulo 125 - Guia de Sobrevivência do Extra da Academia.

Capitulo 125 - Guia de Sobrevivência do Extra da Academia.



Tenha o seu próprio kit de sobrevivência assim como Ed. Pois nunca se sabe né.

Fone De Ouvido Bluetooth Sem Fio Esportivo Com Gancho 


Treinamento de Combate Conjunto 2 (11)

O cavalo estava em condições nada favoráveis.

Era apenas o único que não se feriu enquanto puxava a carruagem. Embora o som dos cascos batendo bruscamente no chão continuasse, logo se tornou irregular.

O corpo cambaleante do cavalo era sentido. Parecia que sua vida chegaria ao fim muito em breve. Mesmo assim, até o último instante, ele continuou correndo em busca do cavaleiro que carregava nas costas. Talvez fosse esse o seu espírito inabalável – uma homenagem a uma vida inteira puxando a carruagem do santo.

―Kaaaaaang!

O rugido ensurdecedor do Dragão Sagrado encheu o ar mais uma vez. Atravessando rapidamente as praças dos alojamentos dos professores, a vista ensanguentada do terreno rapidamente se dissipou.

"Escute bem, Senhora Santa. Nesta rodada, é uma causa perdida!"


Ed gritou, agarrando as rédeas com força, falando com a santa que havia colocado as mãos em volta da cintura dele e enterrado o rosto em suas costas.

“Faremos o possível para esclarecer a situação, então se você voltar… Desta vez, você deve se preparar para resolver o caso 'perfeitamente'!”

O vento soprava perto de seus ouvidos. Clarice, que tinha o rosto pressionado contra as costas largas de Ed, assentiu com firmeza.

Mais uma vez, o solo da Ilha Acken tremeu sob um terremoto. Os feitiços de magia elemental de alto nível invocados por Obel preencheram o céu, com Lucy frustrando as enormes patas dianteiras de Bellbrook, que se dirigiam aos alojamentos.

―Kwang! Kwang! Kwang!

Um imenso círculo mágico defensivo envolvia a área, mas a cada golpe da pata de Bellbrook, ele se distorcia cada vez mais.

Clarice agarrou-se a Ed, tremendo de medo, mas logo sentiu uma sensação de inquietação. O braço de Ed, que segurava as rédeas, tremia de forma anormal. Olhando para o rosto de Ed, ela o viu com os dentes cerrados e o olhar sério, empurrando o cavalo para a frente. Seus olhos refletiam uma determinação única na vida.

Só então Clarice refletiu novamente.

Durante o tempo que ela repetiu dezenas de vezes, ela enfrentou a intimidação avassaladora daquele grande dragão repetidas vezes.

Mesmo que isso acabe, provavelmente haverá um próximo.

Mas para Ed, no ciclo do tempo, cada momento era o primeiro.

Um humano que precisa enfrentar uma catástrofe que surge abruptamente em meio a uma vida normal.


Para Clarice, era apenas mais uma repetição, mas para Ed, cada momento era uma aposta na própria vida.

Mesmo sabendo que o tempo pode voltar atrás, arriscar a própria vida era um horror inimaginável.

Rangendo os dentes, ele segurava as rédeas com força... era tudo muito natural.

Mas ele não deixou transparecer esse terror. Sentiu até vontade de fugir, sabendo que se demonstrasse qualquer sinal de perturbação, Clarice também demonstraria.

Clarice apertou ainda mais a cintura de Ed.

―Kagagagak!

Naquele momento, com um grito de agonia, o cavalo desabou. Havia esgotado toda a sua energia.

Eles foram erguidos de repente, envoltos numa sensação distante de flutuação. Ed rapidamente puxou o braço de Clarice, segurando-a com força enquanto rolavam pelo chão.


Felizmente, eles caíram em direção a um canteiro de flores, evitando ferimentos graves. No entanto, já ferido, Ed lutava para respirar, tentando suprimir a dor.

Clarice, olhando para cima de dentro do abraço de Ed, sentiu como se seu coração estivesse se partindo.

“Sênior Ed… você está sangrando no braço…”

"Está tudo bem. Já me machuquei pior antes."

Depois de sacudir o sangue do braço, Ed se levantou e limpou a calça. Então, puxando Clarice para se levantar, eles olharam para a tão esperada Catedral dos Acadêmicos.

―Kwang! Kwang!

A magia do Dragão Sagrado, ameaçando destruir toda a Ilha Acken, ainda cobria o céu.

Contra aquele céu noturno, a grande cruz permanecia intocada.


Embora não fosse um edifício vasto, não era pequeno; sua parede externa era habilmente esculpida em tijolos e mármores, com elegantes vitrais intercalados, ostentando o emblema simplista da cruz da divindade principal, Telos.

“Parece que realmente chegamos ao lugar certo”, comentou Ed, olhando para a cruz no topo da torre imponente.

Enquanto se aproximavam da catedral, uma figura solitária, aparentemente escondida por magia de invisibilidade, mas agora revelada, apareceu diante deles.

A figura estava vestida de um preto-avermelhado profundo com bordas douradas. Embora a silhueta estivesse ligeiramente obscurecida, era possível adivinhar que ele era de meia-idade, com marcas do tempo, um maxilar esculpido e os músculos dos braços sugeriam anos de disciplina.

Asas emergiram através das vestes em suas costas, abrindo-se amplamente, combinando com a silhueta da cruz atrás dele.

Ele segurava uma lança de ferro na mão, claramente uma peça de alta qualidade.

Clarice engoliu em seco ao ver a cena familiar: um Apóstolo de "Telos" diretamente sob o comando do Imperador Sagrado Eldain.


Entre a grande história e a grande escala de feiticeiros do Império Sagrado, apenas oito possuíam esse título estimado.

Ed também estava ciente do grupo.

Cada um desses indivíduos era reverenciado como o melhor feiticeiro do império. Juntos, os oito poderiam frustrar até mesmo Lucy Mayrill, herdeira da linhagem dos arquimagos.

―Pang!

O homem pousou na entrada da catedral, levantando poeira. O vento sacudia suas roupas.

Sua maior fraqueza era a fé.

Não importa quão poderoso seja o feiticeiro, ele não pode se opor à bênção da divindade Telos recebida pelo santo.

Deveria ter sido esse o caso…

“Peço desculpas, Santa Clarice.”

A hierarquia está sempre sujeita a mudanças com base nas circunstâncias.

Se a ordem viesse de alguém superior a Santa Clairice, ele, ainda que relutantemente, bloquearia seu caminho.

“Pelas ordens do Imperador Sagrado Eldain, ninguém pode passar além deste ponto.”

Os olhos de Clarice se arregalaram em choque.

Os Apóstolos do Império sempre foram aliados firmes.

Sempre se curvando com respeito ao encontrar o santo, ajoelhando-se reverentemente, demonstrando sua profunda fé.


Cada interação com o santo era tida na mais alta estima, uma vida abençoada pela divindade, um privilégio que eles viviam com honra.

Ajoelhar-se na entrada da catedral, vendo o Apóstolo obstruir seu caminho, fez Clarice engolir em seco a confusão.

Ed sussurrou em seu ouvido para ela manter o foco.

"Atravesse a todo custo. Sua única preocupação deve ser entrar e revelar a verdade dentro da catedral. Deixe de lado todos os outros pensamentos."

“E você, veterano Ed?”

“Posso criar uma breve distração.”

Ed sacou uma adaga da bainha da coxa. A lâmina, inscrita com símbolos elementais, brilhava com afiação sob o luar.

Clarice balançou a cabeça ferozmente diante da figura dele. Ed já estava gravemente ferido. E diante deles estava um Apóstolo de Telos, um dos mais elitistas do Império Sagrado. Talvez uma santa pudesse se manter firme, mas contra Ed, a derrota era inevitável. Era claro para onde aquele confronto estava indo.

Com os dentes cerrados, Clarice correu para frente, gritando com o Apóstolo.

"Afaste-se da entrada...! Preciso ver o que está acontecendo lá dentro...!"

"Santo."

A voz do homem tinha um tom sombrio enquanto ele balançava a cabeça.

"Peço desculpas, mas você não pode passar. Embora eu pudesse dizer que... não há mais nada que você possa fazer, mesmo se passar."

―Kang!

Antes que pudesse terminar, a adaga de Ed voou em direção ao seu olho com o impulso de um salto desesperado. Ed, segurando a adaga com uma pegada invertida, tentou atacá-lo.

É claro que tal ataque foi desviado casualmente pelo homem. Interceptando com o cabo da lança, a mão trêmula de Ed não conseguiu prosseguir.

"Quem é você…?"

Ele sabia que tal ataque seria facilmente desviado. Assim que Ed soltou a adaga, uma grande esfera de cristal foi lançada de dentro dela. Era uma "Esfera de Pulso de Amplificação de Choque" feita à mão por engenharia mágica.

Embora o homem arregalasse os olhos, a explosão estava bem na frente dele, e ele foi arrastado pela explosão.

“Kugh!”

Inicialmente, a intenção de Ed era passar pela entrada. Embora o homem tenha sido empurrado para trás pela onda, apoiando-se contra a parede da catedral...

―Bang!

Clarice já havia irrompido pela porta da catedral.

"Droga…!"

O homem sibilou, pronto para fazer o mesmo, mas uma lâmina de ar atrapalhou seu caminho.

―Kang! Kang!

A magia sagrada utilizava poder divino, tomando emprestado o poder da divindade Telos. Geralmente, era convertida em energia arcana para uso, mas o homem frequentemente a utilizava para aprimorar seu físico.

Com uma força muitas vezes maior que a de um humano comum, ele arremessou Ed para longe. Voando pelo ar, Ed atingiu o chão, rolando, tossindo sangue com um gosto de ferro persistente.

“Você está sangrando muito.”

O homem limpou a lança, olhando dos degraus da catedral para Ed, agora um farrapo no chão.

"Fique aí deitado e descanse. Não sei bem o que você quer, mas se isso complicar as coisas, talvez eu tenha que acabar com a sua vida. Prefiro não me envolver em tais assassinatos."


Ele virou as costas para perseguir o santo, mas mais uma vez um forte impacto atingiu seu ombro.

As flechas disparadas pelo arco mágico de Ed não conseguiram penetrar a pele do homem, mas atingiram seu ombro.

“Este… vira-lata…”

Quando ele se virou, uma energia maliciosa brilhou em seus olhos.

Ed concluiu sua avaliação rapidamente. O conhecimento das capacidades do Apóstolo de Telos era algo que ele já conhecia. Com suas habilidades atuais em ascensão, derrotar um feiticeiro dos mais altos escalões do império era impossível. Uma estratégia diferente era necessária.

O homem agarrou sua lança e abriu suas asas, decidido a se livrar de Ed rapidamente e alcançar o santo.

Ed tirou o "Anel Fênix de Glast" do bolso. Se ele estava voltando ao passado de qualquer maneira, não havia preocupação em extrair poder mágico do futuro.

Quanta magia ele poderia usar se estivesse preparado para nunca mais usá-la pelo resto da vida?

Enquanto refletia sobre isso, Ed infundiu magia no anel e entrou em ação mais uma vez. A adaga, inscrita com sigilos elementais, retornou ao seu mestre em pleno voo, e a magia que emergiu do solo envolveu a área.

O homem tinha bons instintos. Sentindo que a situação não estava indo como o esperado, ergueu as mãos em oração, reunindo poder divino, aprimorando seu corpo e se transformando em um ser além dos limites humanos.

Uma batalha entre um mago e um guerreiro – naturalmente o oponente diminuiria a distância.

Percebendo os movimentos do homem, Ed sabia que ele atacaria rapidamente.

De repente, o homem saltou do chão, avançando. Sua lança mirou diretamente no coração de Ed, numa velocidade comparável à de uma bala, além da percepção humana normal.

Entretanto, quando a lança quase atingiu o coração de Ed, o homem ficou incerto se havia capturado sua presa.

Ele avançou, preparado para aceitar a culpa de tirar outra vida.

-Paulada!

"Tosse!"

Ed conseguiu girar o corpo o suficiente para evitar um golpe letal no coração, mas a lança atravessou seu peito. O sangue jorrou do ferimento enquanto ele penetrava fundo no peito de Ed.

As vestes sagradas estavam manchadas com respingos de vermelho. Observando a cena, o homem orou silenciosamente ao seu deus.

Ele havia se comprometido a matar mais uma vez. Ele silenciosamente confessou essa verdade em seu coração.

-Clarão!

Foi naquele momento.

A mão encharcada de sangue de Ed agarrou

Ele sela seus movimentos para torná-los impossíveis de remover.

“Esse… esse cara…?”

O rosto que sorri amargamente não pertence a alguém à beira da morte.

“Quando você não consegue fechar a lacuna nas especificações…”

Mais uma vez, os lábios de Ed se abrem para cuspir sangue. Mesmo sangrando muito, Ed continua a falar.

“Você tem que confiar na sorte e nas apostas.”

“Esse… louco… bastardo…!!”

Ed Rothtaylor pergunta: "Minha aposta é a minha vida. O que você aposta?"

A resposta correta é se preparar para sacrificar a própria mão para empurrar Ed e criar distância. No entanto, um momento de hesitação o leva à ruína. No mundo dos duelos de andar na borda, o menor atraso no julgamento pode virar a luta de cabeça para baixo.

―Uau!

Um ritual de invocação elemental quase impossível de ser realizado. Merilda, a elemental do vento forte que irrompeu do chão, abre a boca e o despedaça com uma só mordida.

“Krraaaagh!”

Sangue jorra da boca de Merilda. Não importa o quanto ele tenha se envolvido em artes sagradas de alto nível, sua essência ainda é humana. Se ele entrasse na boca daquele lobo gigante, até o mármore se estilhaçaria.

Seu corpo encharcado de sangue cai da boca de Merilda e rola pelo chão, mal respirando.

-Baque.

Ed se ajoelha, ainda espetado pela lança.

Seu sangue encharca abundantemente o chão.

―Uau!

Ed está gravemente ferido. Mesmo a menor carga de poder mágico aumentará exponencialmente o sangramento.

Merilda rapidamente retorna à sua forma original para reduzir a carga de poder mágico e pousa no chão, então ela dispara em direção a Ed.

[Você é louco? Você está em sã consciência? Pare! Recupere a razão!]

Mas tentar segurar firmemente os ferimentos de Ed não resolveria nada para ferimentos daquela gravidade.

[Por que você fez essa loucura! Se ao menos tivesse me invocado e me enfrentado de frente...]

“Silêncio… por favor… meus ouvidos estão zumbindo…”

Enquanto Ed agarra a bainha encharcada de sangue das roupas de Merilda, ele tosse mais sangue.

Ed já sabia o nome do homem. Ele sabia da existência dos Apóstolos de Telos, um grupo que ele já conhecia.

As Forças Especiais de elite, compostas por oito homens, diretamente sob o comando do Imperador, os Apóstolos de Telos. Entre eles, estava Tadarek, o Veloz do Terceiro Assento.

Um confronto direto contra ele inevitavelmente colocaria o time em desvantagem devido à sua velocidade avassaladora e domínio aéreo.

As diferenças de especificações já eram severas, e era inútil continuar a batalha depois de entregar a vantagem tática ao oponente.

Foi por isso que ele apostou num duelo de curta duração. A aposta era a vida, e o prêmio era uma vitória que anulasse uma enorme diferença de especialização.

A vitória em duelos nem sempre é determinada apenas pela força e fraqueza.

Ed Rothtaylor só se move na direção que, mesmo que por quaisquer meios necessários, trará a vitória. É preciso saber apostar sem vacilar, mesmo que essa aposta seja a própria vida.

Era tudo uma questão de ter força mental para superar esse medo.

[Você… realmente…! Ei… Não…! Recobra a razão…! Não morra! Não morra!]

Merilda ficou perdida enquanto segurava as feridas que sangravam profusamente de Ed.

Ed levantou o pescoço que rangia para olhar a porta aberta da catedral.

Então... com o rosto satisfeito... ele fechou os olhos lentamente, como se estivesse adormecendo.

* * *

As catedrais geralmente são estruturadas de maneira semelhante. Passando pela entrada e por um pequeno corredor, chega-se a uma grande capela.

Todos os edifícios das catedrais são iguais. O espaço que ocupa a maior importância é, sem dúvida, a capela.

Entretanto… A porta que dava para o corredor estava trancada por dentro.

Clarice já havia visitado esta catedral diversas vezes. Ela era uma santa da ordem religiosa de Telos. Era normal que ela aparecesse sempre que houvesse eventos durante o fim de semana ou o período escolar.

Portanto, ela conhecia superficialmente a estrutura interna. Sabendo que o corredor além era bastante extenso, Clarice invocou seu poder sagrado e arrombou a porta.

―Bum!

Não era especialmente agradável destruir um espaço onde a presença divina reside com artes sacras. No entanto, não era hora de se preocupar com piedade.

Se ela atravessasse o corredor e entrasse na capela…

Foi quando ela viu algo.

“Ah… Lá…”

“…!”

Clarice, tendo arrombado e invadido, vê uma garota cambaleando para fora do final do corredor que leva à capela.

Cabelo amarelo brilhante bem arrumado com lindas flores bordadas.

Embora já tenham se passado quase dois anos, Clarice se lembra claramente daquele rosto. O jovem músico que sempre tocava alaúde da janela do quarto da santa, no topo da torre do Dragão Sagrado.

Apesar de estar matriculada há muito tempo, Clarice nunca chegou a conhecê-la, sempre se sentindo frustrada.

“Ah… Del…”

Adelle agora é a veterana de Clarice, de acordo com os regulamentos acadêmicos.

Entretanto, Clarice, surpreendida por aquele rosto inesperado, chamou-a como se fosse uma velha amiga.

Adelle, saindo cambaleante da escuridão coberta de sangue... estava coberta com seu próprio sangue.

Seu corpo estava cheio de vários arranhões, e alguns cortes eram tão profundos que o sangue estava escorrendo.

“Adelle… Adelle…!”

Clarice corre para pegar Adelle, que estava prestes a cair para a frente.

Ela olhou para Adelle, gravemente ferida, sentada no chão enquanto soluçava.

“Adelle… O que aconteceu… Como… Isso aconteceu…?”

“Santa…”

Sentadas lado a lado, Clarice abraça os ombros de Adelle enquanto lágrimas escorriam de seus olhos novamente.

O que aconteceu para levar a isso? O que aconteceu dentro da catedral? Por que ela veio até aqui? Havia tantas perguntas, mas a prioridade imediata era verificar o estado de Adelle.

Quando Clarice estava prestes a perguntar se Adelle estava bem...

“―Você chegou mais cedo do que eu pensava.”

Ao ouvir essas palavras, Clarice fica boquiaberta.

"…O que?"

“Não há necessidade… de você retornar.”

Adelle cerrou os dentes e apoiou a parte superior do corpo, que estava nos braços de Clarice.

“Sinto muito… por fazer você passar por essa… experiência difícil.”

“Adelle… Do que você… está falando?”

“Ainda assim… está quase acabando… Vai acabar logo… Só mais um pouquinho…”

Então, uma luz imensa irrompeu do corpo de Adelle. A marca que brilhava em seu braço era, sem dúvida, a "Bênção das Artes Sagradas", permitida apenas às santas da ordem de Telos.

Esta bênção, que protege seu corpo de todas as artes sagradas e ataques que possam prejudicá-la, só poderia ser inscrita com a uníssono de 1 arcebispo, 6 bispos e 8 apóstolos, e a bênção sagrada do imperador. É a bênção máxima da ordem, algo inimaginável para qualquer pessoa que não seja a santa.

E o que surgiu em seguida foi um enorme círculo mágico baseado no "Poder Mágico Sagrado". O enorme feitiço de reversão temporal, manifestando-se a partir do corpo de Adelle e se espalhando, mais uma vez, busca rebobinar os ponteiros do tempo do mundo.

A afinidade única de Adelle em transmutar o poder divino em poder mágico sagrado. Um prodígio sem precedentes na história da igreja, Adelle era essa garota.

A compostura para exibir lazer em todos os momentos, independentemente de qualquer calamidade que pudesse atingir Sylvania, tocando alaúde e recitando poesia... no final, era porque ela era uma santa desconhecida na história.

Com a proteção das artes sagradas para mantê-la segura, ela sempre poderia ser protegida de qualquer ataque malicioso.

“Isto é… Isto é….”

Clarice observa o círculo mágico se manifestando, tremendo.

O mundo se enchia de luz. Em meio a essa luz... Clarice mal conseguiu vislumbrar Adelle, que lutava para sorrir.

“Adelle…! Adelle…!”

Clarice se agarra à sua sanidade, chorando enquanto tenta compreender a consciência que se esvai, mas...

Infelizmente, o mundo não lhe deu mais tempo.

* * *

“Santa, vamos conversar… mas sobre o que exatamente vamos discutir?”

Na tarde do dia de treino de combate conjunto. Sob o vasto céu azul, a suave luz do sol e uma mesa de madeira.

Ed, fechando o livro e colocando-o sobre a mesa, olha para Clarice com uma expressão confusa.

“…….”

De repente, Clarice bate na mesa e se levanta.

Ela olha para o ar por um momento com o rosto atordoado.

Somente Ed e Yenika olham para a santa com rostos confusos, sem saber o que fazer.

Depois de mais ou menos um minuto, Clarice volta seu olhar para Ed.

Foi o homem que enfrentou a morte repetidamente para lhe dar uma resposta, quase um anjo aos seus olhos.

Com a ajuda dele, ela se sentiu muito próxima do cerne da questão, mas ainda assim, as peças do quebra-cabeça não se encaixavam totalmente em sua mente.

Apenas... Clarice... foi sentar-se ao lado dele como de costume, envolvendo-o com os braços apertados. Havia uma estranha sensação de segurança.

Enquanto isso... Ela continuou pensando... considerando sem parar... o que tinha visto.

“……???”

"……Eh????"

Da perspectiva de Ed e Yenika, foi nada menos que um raio do nada.

* * *

— 'A bênção das artes sagradas parece ter se instalado em seu corpo com sucesso. Agora você só precisa completar o 'Batismo de Santificação' em público para se proclamar santa, e reinará legitimamente no topo da ordem do Dragão Sagrado, Adelle.'

— 'Suponho que sim. Sinto o poder divino surgindo mais do que o normal.'

― 'A bênção das artes sagradas permitirá que você explore esse poder divino ao máximo. Com a habilidade de também acessar o Poder Sagrado, Adelle, você se tornará a santa mais poderosa da história da Ordem do Dragão Sagrado.'

— É um elogio demais, Arcebispo. Sinto que estou me dando ao luxo de ter uma bênção mágica tão imensa só para mim.

― 'É uma bênção condizente com sua nobre graça. Esta bênção sagrada a protegerá para sempre. Tendo a aptidão para extrair todo o seu potencial, você sentirá como se estivesse sempre usando um escudo resistente.'

Adelle acorda. O corredor escuro leva ao campo de treino de combate no Gluckt Hall.

Dedilhar o alaúde distraidamente naquele canto parecia algo de muito tempo atrás.

Tossindo um pouco, um fio de sangue escorreu de seus lábios.

O sangue derramado formou uma poça, encharcando a superfície do alaúde ao lado dela.

“Ah…”

Apesar de ver essa cena repetidas vezes, Adelle sorri, sentindo que retornou mais uma vez.

A visão de Achenheim, o dragão da catedral sagrada, destruindo Acken e massacrando os estudantes passa diante de seus olhos, mas... tudo foi desfeito.

A bênção de Adelle pode até mesmo alterar o fluxo do tempo.

Adelle descansou um tempo deitada, mantendo seus ferimentos inalterados.

“Depois que tudo se desfaz, e ninguém se lembra…”

Talvez dez minutos depois, quando as forças retornaram, ela se levantou lentamente.

E, como havia feito inúmeras vezes, ela pegou seu alaúde, cambaleando... e lentamente, muito lentamente, caminhou em direção à catedral.

“Talvez… não seja tão solitário, afinal.”

Apesar de muitas repetições, o momento em que ela sai deste corredor silencioso nunca se torna familiar.

- 'Ei.'

― 'Sim? Ed, veterano.'

― 'Você vai morrer em breve.'

- 'Eu sei.'

Parece um passado distante agora. Aquela conversa com o Ed neste corredor.

Embora ela não conseguisse discernir suas intenções, estranhamente, ele identificou precisamente o destino de Adelle.

Estranho mesmo. O mundo deveria sempre voltar no tempo da mesma forma. No entanto, Ed nunca mais apareceu diante de Adelle, exceto naquela primeira vez.

Devia haver um motivo, mas Adelle não se deteve nisso. Não tinha tempo para dispersar seus pensamentos em tais assuntos.

Ela apenas fica parada, encostada na parede, planejando seguir novamente em direção à catedral.

“Ufa….”

Por fim, ela sente seu poder divino se esvaindo. Sem se lembrar de quantas repetições foram feitas, o fim parecia próximo.

Fora uma longa jornada. De quem seria a culpa? Era um caminho que ela mesma havia escolhido.

E assim, Adelle sai do Gluckt Hall com passos instáveis.

O céu noturno que ela havia contemplado antes do dia do Batismo de Santificação tremeluzia diante dela.

Naquela noite, Adelle finalmente conseguiu vislumbrar seu futuro.

E temendo esse futuro, ela abandonou a ideia de se tornar uma santa, fugindo para a posição de guardiã de santuário sob vários pretextos.

Bem, ela não poderia ter feito de outra forma.

O futuro vislumbrado entre os vastos céus estelares…

Era um futuro onde ela foi sacrificada como uma santa para desfazer a ressurreição do Dragão Sagrado.


Obrigada por acompanhar o capítulo 

seja um gentil nos comentários e deixe sua opinião 

Não se esqueça de se inscrever O canal PanelaNerd na plataforma que você mais gosta. 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

10 anime com Foreshadowing em sua narrativa.

Guia de Sobrevivencia do Extra da Academia - Capitulo 01

Vaza os planos de Dr. Destino para Vingadores Doonsday!