Capitulo 243 - Guia de Sobrevivência do Extra da Academia.

Capitulo 243 - Guia de Sobrevivência do Extra da Academia.





***Batalha de Subjugação de Bellbrook (11)***

Enquanto os demônios varridos se espalhavam em seis direções, o céu alto mais uma vez apareceu à vista.

Lucy olhou para o céu com a visão se esvaindo. Embora estivesse prestes a perder a consciência, sabia que um golpe crítico havia atingido Bellbrook.

Ao longo da história, não houve muitos que pudessem exercer magia elemental de mais alto nível.

Além disso, mesmo entre essas magias de nível mais alto, muitas foram lançadas para fins de cerco após dias e noites de preparação.

Lançar uma magia em tão grande escala sozinho parecia um ato que negava o próprio estudo da magia.

Mas Bellbrook não caiu.

As escamas de Bellbrook, resistentes a todos os tipos de magia, tornavam até mesmo a magia mais transcendental de nível mais alto quase impotente.

Por mais que Lucy tivesse dado tudo de si para lançar um feitiço elemental massivo, Bellbrook rugiu de dor. Mas era só isso: dor.

A horda de demônios que preenchia o céu desapareceu momentaneamente, mas logo novos demônios se reuniram em um círculo de invocação convocado por Bellbrook.

Mesmo depois de um ataque total, os esforços de Lucy estavam se tornando sem sentido em um instante.

E ali, de pé no topo da torre quebrada na praça viva, estava a Grande Sábia Sylvania.

Com um balanço de seu enorme cajado, ela dissolveu a Magia Sagrada de alto nível 'Véu Espacial'.

Essa magia sagrada, que ao torcer e dobrar o espaço permitia que alguém se escondesse em suas dobras, podia praticamente ignorar todas as leis da física e desviar qualquer ataque temporariamente.

Suas desvantagens eram o longo tempo de conjuração, o alcance limitado e o próprio conjurador preso nas camadas do espaço, dificultando a percepção da situação externa. Em outras palavras, era como ficar sentado com os olhos fechados no mesmo lugar, o que facilitava ser pego de surpresa quando a magia fosse desfeita.

No entanto, a capacidade defensiva absoluta de estar seguro de qualquer ataque compensa todas as desvantagens.

Ter saído ileso da magia de Lucy, sem um único arranhão, é uma prova de seu poder.

E agora, Sylvania olhava para baixo do topo da torre quebrada.

A blusa de Lucy, que antes era branca, agora estava tingida de vermelho, restando apenas traços da cor original nas bainhas das mangas e nas saias.

As bordas de sua saia estavam rasgadas, suas meias brancas até o joelho estavam sujas e rasgadas, não mais mantendo sua forma.

Finalmente, um toque de animosidade começou a surgir em seus olhos normalmente distraídos.

Com olhos determinados, ela olhou para Sylvania.

“A taxa de conversão de poder mágico.”

Tendo um senso inato disso, Lucy finalmente percebeu a fraqueza de Sylvania.

Sylvania Robespierre, uma pioneira da magia sagrada e um gênio de seu tempo, possuía realizações mágicas incomparáveis.

O mesmo acontecia no campo da magia de combate: poder mágico inato abundante, velocidade de cálculo rápida e determinação apropriada.

Com habilidades comparáveis às de grandes figuras, mesmo em duelos mágicos, a exausta Lucy achou difícil lidar com a situação.

Mas o poder mágico comum e o poder mágico sagrado são de natureza completamente diferente.

Para produzir magia elemental comum, é preciso dispersar o poder mágico atual e extrair novo poder sagrado – uma ineficiência ao extremo.

Por isso, é difícil usar magia sagrada e magia comum simultaneamente.

Para o mago comum, pode parecer que não há diferença na velocidade, mas em batalhas entre os magos mais poderosos, esse pequeno atraso na conversão se torna aparente.

Uma pequena rachadura que só pode ser vista depois de dezenas e centenas de trocas... mas Lucy Mayrill a detectou em apenas alguns movimentos.

A magia sagrada de Sylvania Robespierre, uma ferramenta quase fraudulenta que ignora todas as afinidades e subjuga injustamente os inimigos, não está isenta de falhas.

Usando magia elemental complexa para contê-la, forçando-a a se defender e, em seguida, atacando rapidamente no momento em que ela lança sua magia sagrada, pode haver uma chance de vitória. Ed conseguiu cravar uma adaga em seu ombro prolongando aquele momento na troca de poder mágico, correndo o risco de morte.

Se a questão for poder contra poder, realmente não há chance de vitória.

O que resta é técnica e bom senso.

Lucy Mayrill, abençoada pelas estrelas, possui técnica e sentido muito além do comum. Ela rapidamente elaborou uma estratégia para suprimir Sylvania e recorreu à magia do seu corpo.

Mas quase não havia mais magia nela.

Enfraquecida pelo esforço de neutralizar Bellbrook e pela troca com Sylvania, até mesmo pensar em lançar um feitiço intermediário lhe causava uma pontada na cabeça.

Em sua melhor forma, Lucy conseguia conjurar dezenas de círculos mágicos de alto nível com facilidade. Percebendo o quanto estava encurralada, ela franziu a testa.

A sombra da morte subia firmemente pela nuca de Lucy.

À beira da vida.

Se alguém deseja escapar e fugir, agora seria a última chance.

Avançar mais e confrontar o inimigo significaria arriscar a própria vida.

À beira da vida e da morte.

Tais palavras parecem distantes demais para uma guerreira forte como Lucy Mayrill.

Entretanto, o nobre de cabelos dourados, acostumado a carregar o peso de crises que ameaçam a vida, projeta uma sombra que cobre o corpo de Lucy como se a mordesse e resistisse até o fim.

Não havia necessidade de fugir. Ela não era do tipo que se importava com orgulho ou honra.

Mas escapar agora não seria um respeito adequado por aquele homem... tal pensamento impediu Lucy Mayrill de sequer considerar isso.

Mordendo a boca de frustração, ela reuniu o pouco de magia que restava e continuou a lutar, confiando em habilidade e bom senso.

Uma série de feitiços básicos de vento, 'Lâminas de Vento', voaram em direção a Sylvania.

Sylvania zombou e acenou com seu cajado para neutralizar todos eles.

Somente magia de alto nível, capaz de um poder de fogo substancial, justificaria a evasão. Feitiços básicos não tocariam o corpo de Sylvania.

Mesmo assim, Lucy não se importou e abriu os braços, manifestando o feitiço básico de fogo "Ignição" ao redor de si.

Paredes de chamas obscureciam a visão e ela executou o feitiço básico de terra "Parede de Terra", escondendo seu corpo em meio às barreiras crescentes.

A essa altura, Sylvania já havia percebido: Lucy estava realmente ficando sem magia. Até mesmo feitiços intermediários, que deveriam ser usados sem reservas, estavam sendo usados com parcimônia.

O uso frequente de magias básicas era prova disso. Lucy Mayrill, recorrendo à magia básica? Era como assistir a uma balista gigante disparando minúsculas setas de besta.

Enquanto ela disparava entre as paredes de terra, Lucy pensou.

──Eu não posso vencer.

──É provável que eu morra aqui.

Se fosse esse o caso, ela pelo menos teria que levar Sylvania com ela.

Ed disse que deve haver uma maneira de impedir o desastre colossal que é Bellbrook.

No entanto, nenhuma menção foi feita a Sylvania Robespierre. O renascimento da Grande Sábia Sylvania estava completamente fora dos cálculos de Ed.

Embora os duelos mágicos girem fundamentalmente em torno do poder de fogo, os detalhes são muito importantes, mudando para o reino dos cálculos.

E a premissa básica desses cálculos em um duelo é priorizar a própria segurança.

Se alguém estiver preparado para arriscar a própria vida, ele estará além do âmbito do cálculo racional.

Em outras palavras, dá uma oportunidade de surpreender o oponente.

Só uma vez.

Com sua própria vida em jogo, se Lucy conseguir encontrar ao menos uma oportunidade para desferir um golpe em Sylvania...

Se isso puder resultar em um ataque decisivo a um ponto vital... no mínimo, acabaria com o catalisador do desastre. A vida de Lucy está em jogo.

No final das contas, alguém mais deve derrubar Bellbrook…

Lucy tem fé inabalável nas palavras de Ed. Bellbrook será cuidada. Então, seu papel fica claro.

“Uh, Agh… Kuhuh… Kuhuk… Huh…”

Com uma cara que não dava para saber se ela estava rindo ou chorando, Sylvania desceu da torre para a praça.

Ela percebeu que Lucy Mayrill não tinha mais forças para resistir… não havia razão para prolongar a luta.

As paredes de terra se entrelaçavam como um labirinto, com o objetivo de confundir o oponente, mesmo que ligeiramente, mas tais truques não funcionam com os poderosos.

– Bang!!

As paredes básicas de terra manifestadas através da magia foram destruídas com apenas uma explosão de poder mágico.

As camadas de chamas e paredes de terra que compunham o labirinto de Lucy foram rapidamente neutralizadas, e a visão de Lucy, ensanguentada e cambaleando para escapar, surgiu.

Sylvania ergueu o braço para conjurar o golpe final, manifestando magia elemental de gelo. Lucy, àquela altura, quase não tinha forças para resistir.

E foi naquele instante que uma lança de gelo foi cravada no corpo de Lucy.

O corpo de Lucy se estilhaçou em fragmentos e desapareceu.

“…?”

Uma pessoa não se desfaz em pedaços como peças mecânicas quando perfurada por uma lança de gelo; ela derrama sangue e órgãos. Era uma ilusão desde o início.

A sábia Sylvania não cairia em uma armadilha tão unidimensional.

Dominada pela loucura, a racionalidade de Sylvania quase desapareceu, obcecada apenas em esmagar o inimigo à sua frente, sem levar em consideração que Lucy também era adepta do raciocínio rápido e da adaptabilidade.

O propósito de obscurecer a visão com paredes de terra e ignição era apenas ganhar tempo para montar uma nova armadilha.

Criando uma mágica de gelo básica, a 'Lâmina de Gelo', brotando do chão, Lucy gravou a magia com runas ilusórias em sua superfície brilhante.

Lucy não tinha mais magia para lançar magia de ilusão de alto nível. Ela teve que recorrer a truques, criando iscas – o mínimo de magia que conseguia. Em vez disso, usar uma ilusão de alto nível com sua aura mágica residual perceptível teria sido facilmente detectada por uma maga de alto nível como Sylvania.

Por isso, ela recorreu aos últimos vestígios de seu poder para enganar seu inimigo.

Esse era o estilo de batalha dos desfavorecidos.

Enganar, fugir, atirar areia nos olhos, apedrejar, arrancar cabelos, cravar pregos, morder coxas…

Métodos de combate como esses preenchem lacunas de poder por meio de engano e astúcia, algo que uma pessoa como Lucy jamais experimentaria em toda a vida.

Lucy Mayrill sempre viveu como uma força poderosa, suprimindo inimigos com poder absoluto – essa era a batalha que ela conhecia por toda a vida.

Portanto, tal tática… não era algo que Lucy havia despertado para si mesma.

- Colidir!!

Sangrando profusamente, Lucy, que estava escondida por uma magia de engano, levantou-se atrás de Sylvania.

Sylvania se assustou, espalhando poder mágico atrás dela, mas mesmo assim, era apenas uma ilusão de Lucy marcada na lâmina de gelo.

Lucy… escondida pela fumaça, flutuava acima da cabeça de Sylvania.

Embora sua figura encharcada de sangue parecesse um cadáver, ela estava inegavelmente viva. Da fumaça, Lucy saltou para a frente, suas mãos reunindo toda a sua magia acumulada.

No topo da cabana de madeira no acampamento, no telhado da cabana, no altar do cume da montanha, Loster…

Na Mansão Iller, no campo de treinamento do Departamento de Batalha…

A imagem da luta daquele homem, que Lucy Mayrill observara atordoada, agora estava gravada em seus olhos.

O que preencheu aqueles olhos radiantes, brilhando como se estivessem cheios das próprias estrelas, não foi a luta honrosa de um mago, que ela aprendeu com Glast quando criança.

Não era o tipo de duelo que os magos da Torre Mágica realizariam com estrita adesão ao ritual.

Lucy Mayrill viveu toda a sua vida como uma potência.

Ed Rothtaylor viveu sua vida como um azarão.

Considerando que viveram suas vidas em circunstâncias opostas, olhando em direções opostas, suas abordagens à vida e à batalha estavam fadadas a divergir. Eles não poderiam ter compreendido as posições um do outro – era quase inevitável.

E assim, Lucy estava fadada a sofrer uma derrota devastadora nas mãos da Arquimaga Sylvania.

Exausta diante da grande sábia Sylvania, Lucy estava na posição de azarão. Para Lucy, que não conseguia entender a posição de azarão, a imagem de ser oprimida pela diferença de forças e sucumbir à derrota era algo que ela mesma poderia ter previsto.

No entanto, a forma como o mundo funciona é desconhecida.

O fato de o futuro ser imprevisível devido a inúmeras variáveis desconhecidas pode ser o tempero da vida.

Como a silhueta de Glast, sentado em sua poltrona perto da lareira.

A decisão foi tomada enquanto caminhávamos pela floresta do norte e, por acaso, encontramos uma área de descanso de madeira para tirar uma soneca.

Como uma conexão nascida dessas circunstâncias acabou moldando a Lucy Mayrill de hoje.

Na sucessão dessas coincidências estranhas e desconhecidas, Lucy Mayrill sentiu uma sensação de ironia ao reunir seu poder mágico.

– Fwaaah!

Franzindo a testa, Sylvania virou a cabeça para Lucie novamente. Tentando brandir seu enorme cajado, notou a magia na mão de Lucie brilhando com um tom carmesim profundo.

Era magia divina.

Dar um passo adiante significava apenas que era um sinal de determinação para ver o fim ali.

Usar magia divina à beira de seus limites era semelhante a um ato suicida. Sylvania não previu que Lucy se esforçaria ao máximo para usar magia divina naquele momento.

Talvez a magia manifestada fosse uma "Prisão Temporal". Da perspectiva de Lucie, que precisava suprimir Sylvania de uma só vez, ela precisava manifestar um feitiço de supressão de qualquer maneira.

Se você for pego uma vez, será reprimido sem falha.

Mas isso só é verdade quando você está lidando com um oponente que não pode usar magia divina.

Discutir magia divina na frente de Sylvania, uma especialista em magia divina, era risível. Dispersando o poder mágico acumulado e rapidamente extraindo magia divina, se o feitiço divino de Lucy fosse dissipado, não lhe restaria nada além da morte.

Naquele momento, ela tentou elevar seu poder divino para responder.

– Fwaaaaaah!

A energia carmesim, embalada pela mão de Lucy Mayrill ao pousar, se dissipa.

Logo depois, a energia vermelha desapareceu completamente, anulada pela magia elemental invocada por Lucy.

"O que…?"

Sylvania ficou surpresa.

Trocar o poder divino pela magia comum geralmente requer uma etapa desnecessária de dispersão do poder acumulado.

Para magos de ponta como Lucy e Sylvania, esse atraso é insignificante – nem mesmo um segundo. Uma pausa de apenas 0,5 segundo, insignificante contra a maioria dos magos, pode ser completamente diferente em uma troca de movimentos tensa.

Forçando a proximidade e travando uma batalha de reflexos, a estratégia de Lucy para explorar fraquezas tinha uma semelhança impressionante com o estilo de combate de Ed Rothtaylor.

Mas como Lucy conseguiu mudar sua magia tão rapidamente?

Até Sylvania, uma mestra em magia divina, passaria por um breve hiato, mas Lucy conseguiu trocar de poderes sem permitir um lapso sequer. Teoricamente, é inconcebível.

Mas Sylvania, olhando para o braço exposto de Lucy, estalou a língua em compreensão.

Ela não havia manifestado nenhum poder divino.

O que Lucy havia liberado era magia comum, que era substancialmente maior que o poder divino de Sylvania devido à ausência de um processo de transição.

O que parecia ser magia vermelho-sangue não era magia.

Afetada pelas chamas de um feitiço de fogo ardente, o poder de Lucy pareceu assumir apenas um tom carmesim.

Lucy havia ateado fogo no próprio braço – um truque simples.

Por um momento... mas as queimaduras eram evidentes. Certamente essas cicatrizes, que talvez nunca desaparecessem por uma vida inteira, causariam uma agonia fora do comum.

Uma resolução decisiva. As duas primeiras fintas com ilusões foram armadilhas para aumentar a urgência e incitar Sylvania a agir precipitadamente.

Nesse breve período, três lanças de gelo se uniram em torno de Lucy.

Embora suas táticas pudessem ser semelhantes às de Ed Rothtaylor, invocar magia intermediária em poucos segundos só era possível para Lucy.

Sylvania tinha pouco tempo restante. As falsificações que Lucy usou forçaram Sylvania a extrair poder divino, deixando-a com menos de um segundo para reunir mais.

Até mesmo o poder divino que Sylvania conseguiu reunir naquele instante tinha seus limites.

Entretanto, se usado para se defender da lança de gelo de Lucy, ele poderia evitar um golpe fatal.

Embora incapaz de manifestar magia divina de alto nível, o poder divino acumulado podia ser liberado para exercer alguma força física.

– Kwaang!

Todo esse processo de pensamento se desenrolou em menos de um segundo…

E com o pouso das lanças de gelo de Lucy, uma grande nuvem de poeira subiu da praça.

“Kuh, huuk…”

Lucy, encurralada, arriscou tudo em seu arremesso final.

O último golpe, que ela executou ao custo de queimar o próprio braço, infelizmente errou o alvo.

“Heuk… Heuk…”

Sylvania ofegou, fazendo uma careta.

A lança de gelo que havia caído diante dela foi forçada a sair do caminho por poder divino, errando-a e cravando-se no chão vazio.

Mas se sua trajetória tivesse sido um pouco menos distorcida, a lança de gelo teria atravessado seu crânio.

A mira de Lucy não conseguiu atingir o alvo.

Uma última variável que Lucy não levou em conta foi a "sorte".

Apesar de desejar um amplo alcance de ataque ao liberar todo seu poder para criar três lanças de gelo, o espaço distorcido causado pelo poder divino conseguiu desviar seu caminho.

Deitada no chão, encharcada de sangue, estava Lucy.

Sylvania franziu a testa e olhou para ela.

Em termos de capacidade mágica, destreza em combate e magnitude de poder, Sylvania pode superar Lucy.

No entanto, a capacidade de improvisar sob extrema pressão, de se agarrar àquela chance de vitória de 0,1%, não era algo que se pudesse aprender com um mágico.

Sylvania balançou a cabeça e virou seu cajado mágico de volta para Lucy, que estava prostrada.

Ela era uma adversária que não podia ser deixada viva. Enquanto esse pensamento a dominava completamente, o brilho nos olhos encharcados de sangue de Lucy cintilava intensamente.

Abrindo os olhos de repente, Lucy encarou Sylvania, rangendo os dentes, tentando reunir poder mágico novamente. O fio d'água estava vergonhosamente fraco, mas ela o usou como muleta para se levantar.

Mal conseguindo erguer a cabeça com seu uniforme escolar esfarrapado, Lucy olhou feio para Sylvania enquanto ofegava pesadamente, ainda exalando vontade de lutar.

Lucy pensou consigo mesma.

Mesmo com a morte iminente, ela não pensava em escapar.

Mesmo quando o medo da morte tomou conta de seu corpo, aquele homem sempre se manteve de pé.

Ela faria o mesmo.

Tendo recebido uma vida, ela daria a sua por aquele homem. Talvez, de certa forma, essa fosse uma conclusão inevitável.

Mesmo que por mais 10 segundos... não, mesmo que por mais um segundo... se ela pudesse atrapalhar Sylvania, se isso pudesse aumentar a chance de sobrevivência do homem em 0,1%, sua vida seria uma aposta que ela poderia facilmente jogar fora.

Sua determinação nunca vacilou.

Mesmo quando Sylvania manifestou seu poder, Lucy permaneceu firme, sem tremer.

Contemplando qualquer possibilidade de resistir ainda mais... Parecia que esse era o fim.

À medida que a luz aumentava, sua visão desvanecia. Lucy fechou os olhos delicadamente.

Ela sentiu o calor de uma fogueira.

A imagem de Glast, antes vista de dentro de um casulo de cobertores, agora fazia sentido.

À beira da vida, no fim de uma vida que ela antes considerava sem sentido...

Mesmo assim, foi bom ter vivido. Só de poder monologar isso já era significativo.

Agora ela entendia o significado daquelas palavras.

Ela conheceu um homem e, por esse homem, ela morreu.

Se isso pudesse ser lembrado como uma vida com significado, quão valiosa seria essa existência.

E assim, um sorriso gentil pôde fluir dos lábios de Lucy.

Sua visão continuou escura.

– Kwaang!

Entretanto, quando ela abriu os olhos, a cena diante dela não era a vida após a morte.

Era a realidade, com pessoas pingando sangue, ainda cerrando os dentes para sobreviver.

“Escute bem, Lucy.”

Quando ela percebeu que estava aninhada nos braços de um homem tão ensanguentado quanto ela, em meio aos escombros de uma torre desabada... sua consciência já estava desaparecendo.

Mas Lucy conhecia bem o cheiro do homem que a segurava.

Mesmo em meio ao cheiro de sangue, o cheiro reconfortante da grama surgiu.

“Não importa o que aconteça, nunca aceite a morte…”

A magia lançada por Sylvania foi temporariamente paralisada pela magia espiritual de Yenika Faelover. Mesmo tendo sido lançada às pressas, Yenika ainda teve que cerrar os dentes para resistir.

A primeira coisa que Lucy viu quando abriu os olhos foi Ed correndo e caindo no chão para pegá-la, seguido pela visão de seus companheiros bloqueando Sylvania.

Eles eram o grupo de Ed, que havia escapado dos aposentos reais.

“Você realmente resistiu bem, Lucy… Sério… Obrigada… Mas…”

Ed, segurando Lucy ensanguentada, também estava coberto de sangue.

Ambos pareciam estar quase mortos, mas ainda assim cerraram os dentes para persistir.

“Devemos resistir à morte… a todo custo… não a aceite…”

Os olhos de Lucy se arregalaram quando ela olhou para Ed.

Suportando uma dor intensa, ele segurou Lucy e conseguiu ficar de pé.

"Estamos fugindo para o Salão Ophelius. Os reforços... se reunirão lá..."

Dizendo isso, Ed cerrou os dentes e segurou Lucy, cujo corpo estava mole e mal respondia.

Olhando para Ed, Lucy sentiu as lágrimas brotando.

Foi um alívio ver que Ed estava vivo?

Ou era uma sensação de alívio por, de alguma forma, ela ainda estar respirando?

Talvez fossem as duas coisas, e Lucy, agarrada à sua consciência que se desvanecia, não conseguia evitar deixar as lágrimas rolarem.

Seu rosto era uma visão horrível, manchado de sangue e lágrimas, mas ainda assim, Ed enxugou suas lágrimas.

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